domingo, 29 de janeiro de 2012

São Francisco de Assis e os Jovens.

São muitos os que se deixam fascinar por São Francisco de Assis, mas sobretudo os jovens. É raro encontrar um jovem que não tenha ouvido falar dele. Muitos conhecem até muito da vida e do ideal de São Francisco.

Alguns deles ficam de tal maneira tocados por este ideal que, no melhor da sua juventude, decidem seguir Jesus ao jeito de Francisco. Entram nos noviciados das diversas Ordens e Congregações da Família Franciscana. São aos milhares em todo o mundo.

Recordemos, ainda que brevemente, o itinerário do jovem Francisco e o modo como enfrentou os problemas da sua juventude, que são os problemas dos jovens de todos os tempos. 

Antes de mais, convém lembrar que caraterístico de qualquer jovem é (pelo menos deveria ser!) a PAIXÃO PELA VIDA. Francisco foi um jovem APAIXONADO PELA VIDA. Havia nele um ideal apaixonante, uma direção certa, um coração vibrante, uma razão de viver. Quando muitos jovens hoje não têm outros IDEAIS na vida se não ser um profissional brilhante, ter um carro para aparecer, pertencer a uma família de renome, realizar um casamento importante...

Francisco buscou ideais que não envelhecem e que satisfazem profundamente o coração humano. Uma das ânsias mais profundas dos jovens é a LIBERDADE. Amor livre! Libertação da Família! Libertação da influência dos adultos! Liberdade para amar! Liberdade para se fazer o que se quer!... Assim, tantas vezes foge de casa porque não se julga compreendido. Outras vezes critica os pais, que não o deixam livre, pois não permitem que se vá divertir numa discoteca ou numa festa de aniversário...

Enquanto as pessoas buscam a liberdade para satisfazer os seus caprichos pessoais, voltadas para si mesmas, FRANCISCO, num determinado momento da sua juventude, diante do Bispo de Assis, despindo todas a suas roupas, rompe com a família e com as autoridades. Torna-se um homem LIVRE. Livre PARA SERVIR. Servir Deus e o próximo. 

Uma experiência muito própria dos jovens, sobretudo os de hoje, é a experiência da FRUSTRAÇÃO e do VAZIO. Também o jovem Francisco a sentiu. Ele era rico, tinha muitos amigos, era o rei das festas da juventude. Um dia, porém, caiu gravemente doente. Sentiu a verdade dos seus valores, dos seus sonhos. Sentiu o vazio, o aborrecimento, a noção da inutilidade. Foi capaz, contudo, de vencer esta crise porque houve nele uma MUDANÇA DE VALORES. 

O tempo da adolescência e da juventude é também o momento da descoberta da amizade e do AMOR, sobretudo em relação à pessoa do outro sexo. BEIJOS, abraços e carícias, reciprocamente trocados, ocupam um lugar de relevo no mundo afetivo do adolescente e do jovem que começa a sair de si e a abrir-se à pessoa amada.

O jovem Francisco foi capaz de ir ainda mais longe. Foi capaz de beijar um leproso, um trapo humano, um banido da sociedade. E viu nele o próprio Deus. Só um coração como o de Francisco podia amar assim, dar-se totalmente. Não só à pessoa amada, mas a todos! 

Um dos pontos críticos dos jovens é a sua relação com a IGREJA. São, de fato, muitos os jovens que hoje não ligam nada à Igreja: ao que ela é, ao que ela diz, ao que ela faz. Vêem a Igreja como uma alienada e mantêm em relação a ela uma atitude muito crítica e por vezes até destrutiva. Frequentemente invocam os seus muitos pecados. FRANCISCO vê uma Igreja em ruínas. Não critica. Não destrói. Sabendo que ele também era Igreja, constrói, dá o melhor de si mesmo na reconstrução da Igreja do seu tempo.

Nunca nos esqueçamos que cada um de nós é a solução para uma Igreja nova e renovada. Particularmente os jovens. A Igreja deposita neles uma grande esperança. E, lembra João Paulo II, a Igreja tem tanta coisa a dizer aos jovens, e os jovens tanta coisa a dizer à Igreja! 

Finalmente, é próprio dos jovens uma atitude de busca e de PROCURA. E tantas vezes se perdem por caminhos que não conduzem à verdade total e à verdadeira felicidade. O jovem FRANCISCO andava à procura. Encontrou a resposta nas palavras de Cristo. Encontrou a sua missão e executou-a. "É isso que eu quero, é isso que eu procuro, é isso que eu desejo fazer de todo o coração" - exclama Francisco cheio de alegria. A Francisco juntou-se um grupo de idealistas e de loucos, cujo ideal e loucura era o de viver o Evangelho de Jesus. 

O mundo de hoje precisa de muitos loucos, como São Francisco de Assis. HOJE, SÃO FRANCISCO PODES SER TU, JOVEM, quando procuras viver os valores e a mensagem de Francisco. Alguns destes valores exercem um fascínio especial sobre os jovens. Outros são resposta a algumas necessidades e apelos do nosso tempo, que deposita nos jovens muitas esperanças na construção dum futuro melhor. Lembremos só alguns destes VALORES: 

a intimidade profunda com Jesus, num mundo cada vez mais materialista e ao mesmo tempo com fome de Deus; 
o Evangelho feito vida, num mundo cansado de ouvir palavras que não produzem frutos de vida; 
a fraternidade universal, num mundo onde os países derrubam as fronteiras e as pessoas se fecham cada vez mais na solidão; 
a paz - vivida e comunicada a todos -, num mundo onde as negociações de paz não conseguem pôr fim à guerra; 
a ecologia que consegue ver a Beleza de Deus na das criaturas, num mundo ameaçado pelos projeto utilitaristas dum homem que pretende ser senhor absoluto de tudo e de todos.

O encontro com o leproso: o dom de morrer por amor.

Foi assim que o Senhor concedeu a mim, Frei Francisco, começar a fazer penitência: como eu estivesse em pecado, parecia-me sobremaneira amargo ver leprosos. E o próprio Senhor me conduziu entre eles, e fiz misericórdia com eles. E afastando-me deles, aquilo que me parecia amargo se me converteu em doçura de alma e de corpo; e, depois, demorei só um pouco e saí do mundo (Test. 1-2).

O abraço do leproso é indicado por Francisco mesmo como o ponto culminante de sua experiência de conversão. 

Ele, dócil ao Espírito, cumpriu um caminho de progressiva libertação: atravessou/superou o medo da pobreza material e de perder a própria auto-imagem (humilhação, rejeição, desprezo), não necessita mais se sentir excepcional e de ser servil; agora experimenta o trecho mais difícil no crescimento espiritual: morrer por amor. O abraço ao leproso tem todo o sabor de um olhar a morte no rosto: risco da morte física e certeza da morte social. Mas, tem também o sabor do amor: o amor que dá coragem de transgredir as leis e as normas humanas que segregam os leprosos; o amor que dá a coragem também de morrer para o outro.

Quem olhou a morte de frente, em particular quem fez por amor, reencontra um modo novo de viver: experimenta cores mais vivas, um respiro aberto, quase uníssono com o da natureza, uma leveza e uma liberdade interior que dão acesso a uma alegria e a uma luz que habitam no profundo.

Francisco vê de modo retrospectivo a própria vida claramente dividida em duas partes: antes e depois do abraço ao leproso.

Todo acontecimento radical, todo apaixonamento envolve todas as experiências precedentes em um advérbio que é antes de tudo uma indicação do tempo interior: "antes", ou seja, na pré-história de minha vida.

"irmã morte corporal"

Dia 04 de outubro dia de São Francisco de Assis 

Em 3 de outubro de 1226, morre São Francisco de Assis, recitando o Salmo 141. Seu corpo físico foi sepultado no dia seguinte, 4 de outubro.

São Francisco de Assis já muito doente há quase 800 anos atrás se conduziu a morte pronunciando com suas ultimas forças em alta voz o Salmo 141, que canta o momento extremo da vida humana. Ele pedia a Deus para que o visse na sua miséria, e interviesse revelando a esperança de havia em seu coração (v.6 "Vós sois o meu refúgio"), pois naquele momento angustiante a única proteção era de Deus. E Ele poderia transformar seu corpo miserável como o corpo glorioso de Cristo: A ressurreição. 

Oração: admirável São Francisco, que abençoastes a "irmã morte corporal", aceitando-a como sentença irrevogável da vontade de Deus, e por ela esperastes ser libertado da prisão do corpo, para unir-vos para sempre com o Criador, ajudai-nos a viver sempre na graça de Deus e que a nossa morte seja serena e cheia de paz como foi a vossa.

Em 2003 João Paulo II dedicou sua reflexão, falando aos peregrinos e fiéis reunidos na monumental Praça São Pedro, sobre a morte e a ressurreição de Cristo, cantadas no Salmo 141. A dor do momento da morte, no entanto com a esperança e refugio em Deus: A RESSURREIÇÃO. 

Salmos, 141

1. Hino de Davi, quando estava na caverna. Oração. 

2. Minha voz lança um grande brado ao Senhor, em alta voz imploro ao Senhor. 

3. Ponho diante dele a minha inquietação, eu lhe exponho toda a minha angústia. 

4. Na hora em que meu espírito desfalece, vós conheceis o meu caminho. Na senda em que ando, ocultaram-me um laço. 

5. Olho para a direita e vejo: não há ninguém que cuide de mim. Não existe para mim um refúgio, ninguém que se interesse pela minha vida.

6. Eu vos chamo, Senhor, vós sois meu refúgio, meu quinhão na terra dos vivos.

7. Atendei ao meu clamor, porque estou numa extrema miséria. Livrai-me daqueles que me perseguem, porque são mais fortes do que eu. 

8. Tirai-me desta prisão, para que possa agradecer ao vosso nome. Os justos virão rodear-me, quando me tiverdes feito este benefício.

São Francisco, Evangelhos e a Eucaristia.

Jesus Cristo nos ensinou em parábolas e também nos ensinou com sermões, no Sermão da Montanha Ele sintetizou toda a doutrina cristã. 
Nos deixou os evangelhos para que nós o transformássemos em forma de vida, cultivando a humildade, a fraternidade, paz e solidariedade, e fosse para nós fonte de consulta e aprendizado para a nossa Fé.

Por essa razão São Francisco era radical em obediência aos evangelhos, ali ele tinha a fonte inesgotável para a sua renovação espiritual. 


São Francisco tinha o desejo principal e supremo de observar o Evangelho em tudo e por tudo, imitando com perfeição, atenção, esforço, dedicação e fervor os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo no seguimento de sua doutrina. -1Cel84. 
"O mesmo Altíssimo me revelou que devia viver segundo a forma do santo Evangelho." Escrevera São Francisco em seu testamento, tomando daí em diante sua escola e para seus seguidores.

Eucaristia: a eucaristia é o ponto final da Fé Cristã, é quando encontramos com o Senhor Jesus Cristo , a doutrina da fé, a aceitação de ser um verdadeiro cristão autentico, ao aceitar receber a eucaristia o cristão aceita todos os ensinamentos transmitidos por Jesus nos evangelhos, aceita o Cristo humildade divina e vida, a manifestação de Jesus real na comunhão eucarística. Pelo qual se faz novamente presente a vitória e triunfo sobre a morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, e nossa esperança pela Fé.

São Francisco de Assis tinha verdadeiro fervor e encantamento pela eucaristia, comungava com tal devoção que tornava devotos os que o viam. Queria que os seus irmãos participassem todos os dias na Eucaristia porque, dizia ele, "ninguém se pode salvar sem receber o Santíssimo Corpo e Sangue do Senhor", porque ninguém conhece o dia da morte corporal, da qual nenhum homem pode escapar.
São Francisco sempre repetia: "Pasme o homem todo, estremeça a terra inteira, rejubile o céu em altas vozes quando sobre o altar, estiver nas mãos do sacerdote o Cristo, Filho de Deus vivo! Ó grandeza maravilhosa, ó admirável condescendência! Ó humildade sublime, ó humilde sublimidade! O Senhor do universo, Deus e Filho de Deus, se humilha a ponto de se esconder, para nosso bem, na modesta aparência do pão. Vede, irmãos, que humildade a de Deus! Derramai ante Ele os vossos corações! Humilhai-vos para que Ele vos exalte! Portanto, nada de vós retenhais para vós mesmos, para que totalmente vos receba quem totalmente se vos dá!. 

SÃO FRANCISCO DE ASSIS (MUNDISENSOR), E O MEIO AMBIENTE.

Uma das grandes qualidades São Francisco de Assis foi compreender a mãe natureza, a nossa dependência dela, em razão disto ele tinha uma relação fraterna com tudo que via a sua volta encarando todos como seus irmãos,procurando irmanar todos e tudo no mesmo amor e louvor a Deus. Uma fraternidade cósmica e verdadeira, pois todos fazemos parte do universo, somos todos seres da Criação.

Dessa forma São Francisco já naquela época compreendia como era importante a preservação do MEIO AMBIENTE, pois dependemos dos grãos de terra, das pedras, dos rochedos, das montanhas, do mar, do vento, da água, do sol, da lua, dos vegetais, das flores,dos outros animais,dos insetos,das nuvens de chuvas,das estrelas para poesia e reflexão: porque o bom Deus criou tudo isso para que se tornasse possível à vida. 

São Francisco tinha admiração até pelos vermes e todos os insetos, a tal ponto que os afastavam dos caminhos para não serem esmagados, tudo ao seu redor tinha motivo para que ele glorificasse a Deus, e a bendizer toda a criação.

Acredito que São Francisco escolheu ser pobre, não porque queria viver a pobreza pura e simples, mas porque acreditava que a riqueza do homem está no infinito inesgotável tesouro da criação que ele conseguia ver, o que muitos de nós não enxergamos. 

São Francisco era um homem total, verdadeiro: como Deus criou, não era um sonhador ou louco como muitos pensavam dele na época. Ele apenas via o que realmente somos: criaturas feitas à imagem e semelhança de Deus e parte integrante de todos os elos da Criação Universal. 



Por isso São Francisco aproximou-se de Jesus Cristo, e viveu como Ele, em tudo se aproximou verdadeiramente de Cristo, não como vivemos hoje cada vez mais distantes do modo de vida de Cristo. Portanto cada vez mais perto dos fatores que comprometem a nossa sobrevivência física desrespeitando a nossa mãe Natureza, ou espiritual afastando da Fé tornando-se insensíveis a vida, uma civilização impessoal e materialista, menos livre e menos humana a todos os seres vivos. 


Esse grande amor de São Francisco por tudo que tinha na natureza e seus elementos, não podia ser esquecido pelos ecologistas e todos que se preocupam com o meio ambiente. Assim em 1966 Lynn White da "Associação americana para o progresso da ciência" propôs que São Francisco fosse o patrono dos ecologistas, e logo após em 1979, João Paulo II declarava São Francisco de Assis patrono dos ecologistas. 

O que é "mundisensor"? É aquele que sente o mundo e os seres que estão nele, são pessoas que tem uma visão ampla do mundo, não simplesmente olhando, mas sentindo e ouvindo a natureza, pratica a meditação olhando as colinas, os vales, as matas, os bichos, ouvem os ruídos da brisa, o canto distante de um pássaro, o movimento vivo dos espaços. Porque a natureza fala, mas o cotidiano do mundo moderno nos impede de ter afeto e de sentir a natureza ouvindo a sua voz, apenas aproximamos dela através do conhecimento técnico ou para usá-la destrutivamente e não com a sabedoria do verdadeiro homem como foi São Francisco de Assis. Pois devemos ver a beleza do mundo e não simplesmente a sua utilidade.

Por uma questão de sobrevivência é indispensável preservar o meio ambiente, mas os franciscanos vê ainda por um outro angulo, uma razão mais profunda: o respeito a Deus. Pois não somos senhor absoluto da natureza, e sim criaturas parte dela.

Túnica de São Francisco de Assis

O beato Francisco, terminada a obra da igreja de São Damião, vestia o hábito de eremita com um bastão na mão, sandálias nos pés e uma cinta nos quadris. Um dia, porém, ouviu durante a celebração da Missa aquelas palavras que Cristo disse aos seus discípulos quando os enviou a pregar (que não levassem consigo nem ouro, nem prata, nem saco, nem alforje, nem bastão, nem pão, nem sandálias, nem tivessem duas túnicas). Compreendeu então essas coisas ainda mais claramente quando as ouviu da boca do sacerdote e, cheio de alegria, disse: "É isso que desejo realizar de todo o meu coração."

Interpretando então o que ouvira, alegremente se esforçava para praticar aqueles ensinamentos e, deixando a túnica dupla, dali em diante abandonou o bastão, as sandálias, o saco ou o alforje, fez-se uma túnica miserável e grosseira e, jogando fora a tira de couro, amarrou uma corda no lugar do cinto. Em seguida, aplicando-se de todo o coração para, ouvidas as palavras da nova graça, colocar em prática todas essas coisas, começou por inspiração divina a anunciar a perfeição evangélica e a pregar em público com palavras simples a penitência.

Giovanni di Pietro di Bernardone.

                                                               
 Giovanni di Pietro di Bernardone, mais 
conhecido como São Francisco de Assis.
De jovem burguês, alegre e aventureiro
Tocado pelo Espírito Santo:
Francisco se fez inteiro!

O mundo hoje celebra a sua mensagem
Vozes em muitos cantos
Meditam a sua passagem

Tuas vestes celebram a humildade,
Tua mensagem é clara: não há salvação fora da caridade!
Aos animais desvelasse o mais profundo amor
Moras no canto das aves
Onde o vento canta
Onde o sol nasce...
Onde há um animal e uma criança: lá estás!

Na inocência de todos os animais
Repousa o segredo da felicidade...
Francisco nos ensinou a ser mais
Através da caridade!
O fim não é para àquele que erra
Mas, para quem desiste de acertar!
O teu perfume foi a compaixão
Tua riqueza incondicional foi o amor,
Pegue-nos pelas mãos,
Nos mostre o caminho
A conversão foi a tua vitória
Tua vitória é sagrada inspiração!

A oração que São Francisco de Assis rezava junto ao Crucifixo de S.Damião, quando aceitou a conversão à Palavra do Senhor.



"Ó glorioso Deus altíssimo, ilumina as trevas do meu coração, concede-me uma fé verdadeira, uma esperança firme e um amor perfeito. Mostra-me, Senhor, o reto sentido e conhecimento do que desejas de mim, para seguir a tua vontade em toda a minha vida. "

Como São Francisco curou milagrosamente o leproso da alma e do corpo, e o que a alma lhe disse quando ia para o céu.

O verdadeiro discípulo de Cristo, monsior São Francisco, vivendo nesta miserável vida, com todo o seu esforço se empenhava em seguir a Cristo, o mestre perfeito. Por isso acontecia muitas vezes que, por divina operação, Deus curava a alma daquele a quem ele curava o corpo, na mesma hora, como se lê de Cristo. E como ele não só servia de boa vontade aos leprosos, mas, além disso, tinha ordenado que os frades de sua Ordem, andando ou estando pelo mundo, servissem aos leprosos pelo amor de Cristo, que por nós quis ser tido como um leproso, aconteceu uma ocasião, em um lugar próximo de onde então morava São Francisco, que os frades serviam em um hospital aos leprosos doentes.

Havia lá um leproso tão impaciente, insuportável e mau, que todo mundo tinha como certo, e era mesmo, que ele estava tomado pelo demônio, pois tratava quem o servia como um vilão, por palavras e pancadas, e, o que era pior, blasfemava ultrajando Cristo bendito e sua santíssima mãe Virgem Maria, desse modo que não se encontrava quem quisesse ou pudesse servi-lo.

E ainda que os frades procurassem suportar pacientemente as injúrias e vilanias para aumentar o mérito na paciência, como sua consciência não podia suportar o que era contra Cristo e sua Mãe, decidiram abandonar esse leproso, Mas não quiseram faze-lo antes de contar em ordem a São Francisco que morava, então, em um lugar ali perto.

Quando o fizeram, São Francisco foi visitar o leproso perverso e, chegando a ele, saudou dizendo: “Deus te dê a paz, irmão meu caríssimo”.
O leproso respondeu: “Que paz posso receber de Deus, que me tirou a paz e todo bem, e me fez todo podre e fedido?”.

E São Francisco disse:
“Filho, tem paciência, pois as enfermidade do corpo nos são dadas por Deus neste mundo para a salvação da alma, pois são de grande mérito quando são suportadas pacientemente”.
O doente respondeu:
“E como posso suportar pacientemente a pena contínua que me aflige dia e noite? E não estou aflito só com minha enfermidade, mas pior me fazem os frades que tu me deste para me servirem e não me servem como devem”.

Então São Francisco, conhecendo por revelação que esse leproso era possuído pelo espírito maligno, foi e se pôs em oração, pedindo devotamente a Deus por ele.

Feita a oração, voltou a ele e disse assim: “Filho, quero te servir eu mesmo, uma vez que não te contentas com os outros”. “Está bem, disse o enfermo, mas o que tu me poderás fazer mais do que os outros?”. São Francisco respondeu: “O que tu quiseres, eu farei”. Disse o leproso: “Eu quero que tu me laves inteiro, pois estou fedendo tão forte que nem eu mesmo agüento”.

Então São Francisco mandou esquentar na mesma hora água com muitas ervas aromáticas, depois o despiu e começou a lavá-lo com suas mãos, e um outro frade derramava a água em cima. E por milagre divino, onde São Francisco tocava com suas santas mãos, a lepra ia embora e a carne ficava perfeitamente curada. E quando a carne começou a ser curada, também a alma foi sendo curada.
Por isso, vendo o leproso que estava começando a ficar curado, começou a ter uma grande compunção e arrependimento de seus pecados, a começou a chorar muito amargamente; de modo que, enquanto o corpo ficava limpo da lepra pelo lado de fora por ser lavado pela água, a alma ia sendo limpa do pecado por dentro pela contrição e pelas lágrimas.

Quando ficou completamente curado quanto ao corpo e quanto à alma, reconheceu sua culpa e disse chorando em alta voz: “Ai de mim, eu sou digno do inferno pelas vilanias e injúrias que fiz e disse aos frades, e pela impaciência e blasfêmias que tive contra Deus”.
Daí, continuou por quinze dias a chorar por seus pecados e a pedir misericórdia a Deus, confessando-se inteiramente ao padre. E São Francisco, vendo assim expresso o milagre, que Deus tinha operado por meio de suas mãos, agradeceu a Deus e foi embora dali para terras muito distantes. Pois queria fugir, por humildade, a toda glória, e em tudo que fazia buscava só a honra e glória de Deus, e não a própria.

Depois, como aprouve a Deus, o dito leproso curado no corpo e na alma, após seus quinze dias de penitência, ficou doente de outra enfermidade; e armado com os sacramentos da Igreja, morreu muito santamente. E sua alma, indo para o paraíso, apareceu no ar para São Francisco, que estava em oração em um bosque e lhe disse: “Tu me reconheces?”. “Quem és tu?”, disse São Francisco.

“Eu sou o leproso que Cristo bendito curou pelos teus méritos, e agora vou indo para a vida eterna. Por isso, agradeço a Deus e a ti. Benditos sejam a tua alma e o teu corpo, e benditas sejam as tuas santas palavras e operações, pois por ti muitas almas vão se salvar no mundo.E sabe que não há dia no mundo em que os santos Anjos e outros santos não agradeçam a Deus pelos santos frutos que tu e tua Ordem fazeis em diversas partes do mundo. Por isso, conforta-te e agradece a Deus, e fica com a sua bênção”.

E, ditas essas palavras, foi para o céu. E São Francisco ficou muito consolado.

Para o louvor de Jesus Cristo e do pobrezinho Francisco. Amém
Altíssimo, Pai Celestial, por vossa misericórdia e graça,
iluminastes Clara de Assis e a conduzistes pelo caminho
do Cristo pobre e humilde, acolhido como Esposo
bem-amado. 


Ouvindo o vosso chamado no exemplo de Francisco de Assis,
ela abandonou a nobreza e abraçou com jovial alegria a
penitência evangélica, no serviço humilde, no silêncio
contemplativo e na convivência fraterna.

Arrebatada pelo amor do Divino Esposo e espelhando-se
na humanidade de Jesus, tornou-se uma luz fulgurante
a brilhar para uma multidão de irmãs e irmãos.

Bendito sejais, Senhor, pelo brilho de Irmã Santa Clara,
pelas tantas seguidoras de seu caminho e
pelo estímulo fascinante que sua vida nos deixa a todos.

Concedei-nos, que a Família Franciscana do Brasil siga
o mesmo caminho de simplicidade, de humildade fraterna,
de pobreza evangélica, numa vida honesta e santa,
alimentada pelo pão da Palavra e da Eucaristia,
solidária com os pobres e excluídos.

Pelo Divino Espírito Santo, concedei-nos o dom da fidelidade,
para não perdermos de vista o ponto de partida de nossa
vocação, e prosseguirmos alegremente até o fim. Amém!

Santa Clara de Assis, rogai por nós !

sábado, 28 de janeiro de 2012

Cántico del hermano sol!!!


Altísimo, Omnipotente y Buen Señor,
a Ti loor y gloria, honor y toda bendición:
a Ti solo, Altísimo, te convienen,
y ningún hombre es digno de hacer de Ti mención. 

¡Alabado sea, mi Señor,
en todas las creaturas tuyas,
especialmente el señor hermano Sol,
por quien nos das el día y nos alumbras,
y es bello y radiante con grande esplendor:
de Ti, Altísimo, es significación! 

¡Alabado seas, mi Señor,
por la hermana Luna y las Estrellas:
en el cielo las formaste claras y preciosas y bellas! 

¡Alabado seas, mi Señor, por el hermano Viento,
por el Aire y la Nube,
por el Cielo sereno y todo Tiempo:
por ellos a tus creaturas das sustento! 

Alabado seas, mi Señor, por la hermana Agua,
la cual es muy útil y humilde, preciosa y casta! 

¡Alabado seas, mi Señor, por el hermano Fuego:
por él nos alumbras la noche,
y es bello y alegre, vigoroso y fuerte! 

¡Alabado seas, mi Señor,
por la hermana nuestra madre Tierra,
que nos mantiene y sustenta,
y produce los variados frutos
con las flores coloridas y las hierbas! 

¡Alabado seas, mi Señor, 
por quienes perdonan por tu amor,

y soportan enfermedad, tribulación:
bienaventurados quienes las soporten en paz,
porque de Ti, Altísimo, coronados serán! 

¡Alabado seas, mi Señor,
por nuestra hermana la Muerte corporal
de quien ningún hombre viviente puede escapar!
¡Ay de aquellos que mueran en pecado mortal! 
¡Bienaventurados los que encuentre
cumpliendo tu muy santa voluntad:
pues la muerte segunda no les podrá hacer mal! 

¡Alabad y bendecid a mi Señor y gracias dad,
y servidle con grande humildad!
Senhor Jesus, que disseste: “orai ao Senhor da messe para que mande operários para a sua obra”, escute essa nossa humilde oração.
- Tu que chamastes Francisco e Clara de Assis para viver na mais íntima comunhão contigo e renovar a Tua Igreja, suscita também hoje, homens e mulheres para viverem o Evangelho, “impulsionados pelo Espírito Santo a atingir a perfeição da caridade no próprio estado secular” e, a reencontrarem o gosto da oração, da contemplação e do serviço ao próximo.
- Que muitos jovens também se encontrem no projeto franciscano de vida para desenvolverem a sua vocação cristã e “tornarem-se testemunhas e instrumentos da missão da Igreja, anunciando-Te com a vida e com a Palavra”.
Assim, “imitando a disponibilidade incondicional da Virgem Maria” e unidos à Família Franciscana, seremos todos, “portadores da paz e mensageiros da perfeita alegria em toda a circunstância, de modo que, inseridos na Ressurreição de Cristo, caminhemos com serenidade ao encontro definitivo com o Pai”. Amém!!!

Como Francisco converteu três ladrões homicidas!

Uma vez São Francisco conheceu um rapaz de nome Ângelo e o colocou como guardião do convento de Monte Casale .
Eis que um dia três ladrões famosos foram ao dormitório dos irmãos e pediram ao guardião, irmão Ângelo, algo para comer. O irmão respondeu bravo: "Não tens vergonha ladroes e assassinos ? Não contente de roubar tendes a coragem e a insolência de vir pedir comida aos servidores de Deus? Não merecem sossego na terra. Fora daqui! E não voltem mais.. 
São Francisco chegou logo depois com um alforje de pão e um recipiente com vinho e o Ângelo contou a ele como havia despachado os ladroes.
São Francisco o repreendeu fortemente e deu vários exemplos onde Cristo comia com os justos e os pecadores . 
Assim que terminou disse " pegue este alforje e este vinho e vá dar a eles ".
San Francisco se pôs a rezar a Deus para abrandar os corações dos ladrões .
Os ladrões enquanto comiam o comida enviada por São Francisco pensavam:" Que vergonha, que miseráveis somos nós, que duras penas nos esperam no inferno ,nós que só damos morte e desgosto ao nosso próximo!"
De comum acordo resolveram os três ir conversar com São Francisco. 
São Francisco os recebeu com bondade, e amável e alegre, os animou com muitos exemplos que poderiam conseguir, ainda, a misericórdia de Deus e concluiu: " Jesus veio a terra para resgatar a todos inclusive os pecadores."
Movidos por estas palavras os três ladrões renunciaram a vida que viviam e entraram para a Ordem e começaram a fazer grandes penitencias. Dois deles morreram logo, pouco tempo após sua conversão e devem terem ido para o Paraíso. O terceiro ainda viveu por muito tempo e recordando sem cessar de seus pecados levou um vida de penitencia por 15 anos e acabou sendo um dos melhores irmãos franciscanos.

O "Perdão de Assis" ou "Indulgência da Porciúncula"

O "Perdão de Assis" ou "Indulgência da Porciúncula"

francisco2.jpg (480×360)


A pouca distância de Assis, antiqüíssima cidade da Úmbria, foi edificada em 352 uma pequena capela de quatro piedosos eremitas vindos da Palestina e foi dedicada à Virgem Santíssima. No século VI, esta capela foi dada aos Monges Beneditinos do Monte Subásio, os quais, ampliaram e embelezaram-na. Ali, com as 'porções de terras' que tinham, veio o nome Porciúncula, ou seja, "porçãozinha" ou "pequena porção" [de terras]. Em seguida pois, pela freqüente aparição dos Anjos, foi chamada de Santa Maria dos Anjos.

O Seráfico Pai São Francisco de Assis, quando tomou a sua vida santa, vendo o quanto abandonada e decaída aquela capela, reparou-a pela fervente devoção que tinha pela Mãe de Deus, da qual lhe foi revelado que aquela igrejinha lhe era querida, de modo especial entre todos aqueles consagrados em seu Nome. Em seguida, São Francisco ganhou-a do Abade Teobaldo, monge beneditino, e ali se retirou comos seus companheiros, quando foi forçado a abandonar o Tugúrio de Rivotorto.




Numa noite de inverno do ano de 1216, enquanto o Homem Seráfico, aceso de zelo ardentíssimo, pensava sobre a conversão e a salvação dos pecadores, uma luz suave o circundou e um Anjo o convidou para a Capela, onde o esperavam Nosso Senhor, a sua Santíssima Mãe e muitíssimos Anjos. Francisco se prostrou na capela e adorou a Jesus e venerou a Virgem Santíssima e os Anjos. Enquanto ele se humilhava assim na vildade do seu nada, Jesus lhe deu a coragem de pedir a graça que lhe agradava. E São Francisco então, como novo Moisés, não pensou em si, mas em todas as almas e respondeu:"Senhor, peço que todos aqueles que, arrependidos e confessados, entrando nesta igrejinha, tenham o perdão de todos os seus pecados e a completa remissão das penas devidas às suas culpas". E Jesus a ele: "Grande é a graça que me pedes, ó Francisco; todavia, concedo-lha a ti, se minha Mãe me pedir". Francisco então pediu a mediação da Virgem Maria, a qual com sua súplica, seu Divino Filho concedeu a graça. Porém, quis que apresentasse ao seu Vigário, o Sumo Pontífice, para obter a sua confirmação.

Dito isto, cessou a visão e Francisco imediatamente foi ao Papa Honório III e ele, depois de várias dificuldades, lhe confirmou a graça, limitando-a, porém, a um dia somente, por todos os anos e fixando para esta o dia 2 de agosto, a começar das Vésperas da Vigília.


No dia 2 de agosto do mesmo ano de 1216, o Seráfico Pai, na presença dos Bispos de Assis, Perúgia, Todi, Espoleto, Nocera, Gúbio e Folinho, que foram convidados para a consagração da igrejinha da Porciúncula, diante de uma multidão extraordinária de fiéis, promulgou a grande indulgência que ele tinha obtido e assim foi aberto a todos os homens perpetuamente o incomparável tesouro do Perdão de Assis.

Depois, com a Bula do dia 4 de julho de 1622, o Papa Gregório XV estendeu esta grande indulgência a todas as Igrejas da Ordem Franciscana e prescreveu que, além da confissão, era necessária a comunhão e a oração pelo Sumo Pontífice. Em 12 de janeiro de 1678, o Papa Inocêncio XI declarou que a dita indulgência estava aplicada também às almas do Purgatório.

Esta indulgência tornou-se célebre pela sua origem toda extraordinária e pela circunstância singularíssima que esta pode ser lucrada toties quoties, isto é, tantas vezes quanto se visitar a igreja que goza de tal favor e nas quais se cumprem as prescrições requeridas. A respeito deste propósito, surgiram, é verdade, dúvidas, mas a Santa Sé interveio várias vezes e autoritativamente tirou toda dúvida, declarando e confirmando que ao Perdão de Assis estava anexo este privilégio toties quoties.

Hoje a "Porciúncula" fica dentro da imponente Basílica

Para render mais facilmente aos fiéis a aquisição de tão grande benefício, o Sumo Pontífice Pio X condedeu, para a comodidade dos fiéis que o Perdão de Assis pudesse ser obtido também nas igrejas ou oratórios que, na aplicação do privilégio com o consenso do Bispo e que o Perdão de Assis pudesser ser transferido do dia 2 de agosto para o Domingo seguinte. O Papa Bento XV, em 16 de abril de 1921, com o um solene documento estendeu esta indulgência do Perdão de Assis a todos os dias do ano, in perpetuo, mas somente na Basílica de Santa Maria dos Anjos, em Assis. E assim o desejo expresso por São Francisco a Nosso Senhor vem com um tal ato completamente exaudito. Ainda hoje em todas as Igrejas do orbe, a indulgência é aplicada neste dia.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Rogai por todos nós Santa Clara de Assis!

Oração a Santa Clara de Assis.

Clara, santa cheia de claridade, irmã de São Francisco de Assis, intercede pelos teus devotos que querem ser puros e transparentes. Teu nome e teu ser exalam o perfume das coisas inteiras e o frescor do que é novo ou renovado. Clareia os caminhos tortuosos daqueles q ue se embrenham na noite do próprio egoismo e nas trevas do isolamento. Clara, irmã de São Francisco coloca em nossos corações a paixão pela simplicidade, a sede pela pobreza, a ância pela contemplação. Suplico-te, Irmã Lua, que junto ao Sol de Assis no mesmo céu refulge, alcança-nos a graça que confiantes vos pedimos. 
Santa Clara ilumina os passos daqueles 
que buscam a claridade! Amém!                           


















Queridos amados e irmãos em Cristo.
Clara e Francisco olharam fixos para o mesmo e único Deus, para o mesmo Senhor Jesus Cristo, para o mesmo Crucifixo, para a mesma Eucaristia, mas sempre de ângulos diferentes, com os dons e sensibilidades de cada um. É assim que juntos, qual dois olhos, acolheram muito mais de quanto podia acolher dois Franciscos ou duas Claras.

Caros Jovens, num tempo fortemente marcado pelo hedonismo, pornografia e egoísmo re-evocar a relação entre estes dois santos, fundadores do franciscanismo, reveste-se de peculiar importância. Francisco e Clara são um exemplo de como um homem e uma mulher podem estar unidos mantendo uma total pureza, longe de todo o hedonismo, pornografia e egoísmo. Francisco e Clara viveram totalmente unidos porque totalmente livres e se fizeram totalmente dons um ao outro porque totalmente oferecidos a Cristo e aos irmãos.