quinta-feira, 2 de dezembro de 2010


ORAÇÃO
- Glorioso São Francisco, Santo da simplicidade, do amor e da alegria. No céu contemplais as perfeições infinitas de Deus. Lançai sobre nós o vosso olhar cheio de bondade. Socorrei-nos em nossas necessidades espirituais e corporais. Rogai ao nosso Pai e Criador que nos conceda as graças que pedimos por vossa intercessão, vós que sempre fostes tão amigo dele. E inflamai o nosso coração de amor sempre maior a Deus e aos nossos irmãos, principalmente os mais necessitados.
São Francisco de Assis, rogai por nós. Amém.
ORAÇÃO DA PAZ -
Senhor! Fazei de mim um instrumento da vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu procure mais:
consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe.
É perdoando que se é perdoado.
E é morrendo que se vive para a vida eterna.

Alegria da Minha Juventude - Toca de Assis

fogo abrasador

Toca de Assis: A ovelha sou eu

Francisco e o Evangelho!!!


O Poverello de Assis palmilhou a estrada de sua existência no e a partir do Evangelho de Cristo. Foi na Sagrada Escritura que Francisco encontrou aconchego, conselho e exortações para sua vida. Na Palavra de Deus o Homem de Assis soube certamente buscar o que ansiava sua alma, e estabeleceu nesta Palavra o fundamento de sua vida.
São Francisco radicalmente viveu o Evangelho, não porque era um homem santo desde seu nascimento, pelo contrário, soube abrir espaço em seu coração para escutar, amar, refletir e viver a Palavra de Deus. Seu Hagiógrafo, Celano escreve que Francisco era uma homem sem muita instrução, no entanto, iluminado por Deus acolheu a Boa-Nova e a colocou em sua vida.
“Francisco embora não tenha tido nenhum estudo, aprendeu a sabedoria do alto, que vem de Deus, e iluminado pelos fulgores da luz eterna não era pouco o que entendia das sagradas Escrituras. Sua inteligência purificada penetrava os segredos dos mistérios, e, onde ficava fora a ciência dos mestres, entrava o afeto cheio de amor. Lia, às vezes, os livros sagrados e o que punha uma vez na cabeça ficava indelevelmente gravado em seu coração. Usava a memória no lugar dos livros, porque não perdia o que ouvia uma vez só, pois ficava refletindo com amor em contínua devoção” (1)Embora Francisco mesmo em seu testamento considerava-se “iletrado”, ele soube profundamente compreender a Palavra de Deus. Para tanto, o método do Poverello é simples. Podemos compreendê-lo em três palavras: ouvir, refletir e viver. Ouvir no modo franciscano não significa uma predisposição da orelha para ouvir a algo que me é dito, ouvir está na vertente do auscultar, que por sua vez diz do modo simples de ouvir atentamente. Quem ouve atentamente a algo ouve com o coração. Uma vez ouvido com o coração Francisco memoriza a Palavra de Deus e reflete profundamente com amor em seu coração, aqui é necessário dizer que para este modo de refletir a Palavra de Deus é preciso abrir-se a luz da divina sabedoria. Quando nos ‘pré-dispomos’ a refletir algo sob a luz divina percebemos que tal reflexão flui em nosso coração, pois é próprio Deus agindo em nosso ser.
A palavra reflexão denota um modo próprio de voltar-se sobre si mesmo. O nome flexão diz do ato de dobrar-se, curvar-se. O prefixo re apresenta o modo próprio desta ‘dobradura’ – ‘curvatura’, ou seja, denota ‘voltar’, ‘retornar’. Então, re+flexão diz do modo de dobrar-se novamente, de curvar-se repetidas vezes sobre si mesmo. Justamente é isto que Francisco faz em sua vida, repetidas vezes reflete a Palavra de Deus, no entanto, este ato reflexivo não é mecânico, muito menos por obrigação, e sim é acompanhado da liberdade de espírito. Celano assegura que Francisco reflete continuamente com AMOR. Aqui é necessário destacar que é uma reflexão amorosa da Palavra de Deus. Refletir com amor, então, é parte integrante da vida de Francisco, e certamente, isto ele o fez durante toda a sua existência.
A terceira palavra do método de Francisco é ‘viver’. O Poverello não só refletia, mas tornou-se a Palavra de Deus viva. Quando se reflete com amor o que se reflete torna-se vivo. Tal reflexão, então, conduz-nos a vivenciar a Palavra de Deus, aqui também quem nos impulsiona a viver a Boa-Nova é a própria luz da sabedoria Divina, ou seja, Deus mesmo colabora para com a vivência de sua Palavra.
Sendo assim, ouvir, refletir, amar e viver a Palavra de Deus foi o cotidiano da vida de Francisco. Por isso, entendemos que “para o santo de Assis a Sagrada Escritura se define como uma pedagogia divina. Nela e com ele Francisco cresceu até a maioridade do amor. Através da Sagrada Escritura atingiu a união com Deus e a contemplação, que Boaventura chamava de o prêmio da felicidade eterna”

PAX ET BONUM!!!

A saudação de Paz e Bem!

A saudação franciscana de "Paz e Bem" tem sua origem na descoberta e na vocação do envio dos discípulos, que São Francisco descobriu no Evangelho e, que ele colocou na Regra dos Frades Menores - "o modo de ir pelo mundo". Lucas (10,5) fala na saudação "A paz esteja nesta casa", e Francisco acrescenta que a saudação deve ser dada a todas as pessoas que os frades encontrarem pelo caminho: "O Senhor vos dê a paz".No seu Testamento, Francisco revela que recebeu do Senhor mesmo esta saudação. Portanto, ela faz parte de sua inspiração original de vida: anunciar a paz. Muito antes de São Francisco, o Mestre Rufino (bispo de Assis, na época em que Francisco nasceu), já escrevera um tratado, "De Bono Pacis" - "O Bem da paz" e, que certamente deve ter influenciado a mística da paz na região de Assis. Havia, então, diferentes formas de saudação da paz, entre elas a de "Paz e Bem".
A paz interior como fundamento da paz exterior
Na Legenda dos três companheiros (58), São Francisco dá para seus frades, o significado único para a paz:"A paz que anunciais com a boca, mais deveis tê-la em vossos corações. Ninguém seja por vós provocado à ira ou ao escândalo, mas todos por vossa mansidão sejam levados à paz, a benignidade e à concórdia. Pois é para isso que fomos chamados: para curar os feridos, reanimar os abatidos e trazer de volta os que estão no erro".Trata-se da paz do coração que conquistaram. Francisco exorta seus frades a anunciar a paz e a testemunhá-la com doçura, porque este é o único caminho de comunicação para atrair todos os homens para a verdadeira paz, a bondade e a concórdia. A saudação da paz, como primeira palavra que os frades dirigem aos outros, tem o objetivo de abrir os corações à paz, isto é, à força espiritual interior: a paz interior da bem-aventurança e a paz proclamada e dirigida a todos, constituem uma única e mesma realidade.
O Bem da paz - o "Sumo Bem"
Deus Sumo Bem é a experiência fundamental de Francisco, o ponto de partida de sua espiritualidade. Nela se fundamenta a vida franciscana como resposta de amor, configurando o amado ao Amor. Portanto, "Bem" é Deus-Amor, é a caridade.Deus, o Sumo Bem, chamou a todos a participarem do seu Ser, não no sentido de "soma de todos os bens divinos", mas Deus, enquanto "bem único". Por isso, a atitude típica de São Francisco é o êxtase adorante e a decisão de estar sempre a serviço deste Deus; um serviço que nasce da alegria da gratidão. É a atitude que projeta em Deus a completude de si mesmo, que leva a renúncia a tudo, até à posse de Deus. Francisco descobre neste "vazio", a presença de Deus, unicamente como "dom". E é justamente este o sentido da resposta humana, a da conversão ao Bem, ao "Sumo Bem": aceitar Deus como centro absoluto da própria existência, e inserir-se no seu projeto tornando-se seu colaborador. Desta experiência nasce a "doçura", que enche a vida de Francisco, a sua necessidade de entregar tudo a Deus (pobreza), de render-lhe graças e louvá-lo sem cessar.
Desta experiência nasce também a confiança de tudo arriscar, sabendo que Deus não o deixará desamparado.
"Paz e Bem" - A paz se constrói pela caridade
Portanto, a saudação franciscana de "Paz e Bem" é um programa de vida, é uma forma evangélica de viver o espírito das bem-aventuranças. Nestas duas 'pequenas' palavras se esconde um dinamismo e uma provocação: saudar alguém com "Paz e Bem" é o mesmo que dizer: o amor de Deus que trago em meu ser, é a mesma pessoa que reconheço nos outros e no mundo e, por causa d'Ele, devemos viver a caridade - o Bem - entre nós. Daí que, a paz só se constrói por meio da caridade (o Bem), porque a caridade é "forte como a morte" (ct 8,6); à qual ninguém resiste e, quando vem, mata o mal que fomos para que sejamos outro bem. A caridade gera a paz. A caridade está na paz assim como o espírito da vida está no corpo. A caridade sozinha mantém firmemente unidos na paz os filhos da Igreja; faltando a caridade, esta paz se dissolve. A caridade vivifica os membros de Cristo, os une e os faz estar em harmonia num só corpo. Ela é como um cabo, em cuja parte superior foi aplicado um gancho que liga a divindade à humanidade, o cordão que o senhor colocou na terra e com o qual ergueu o homem para o céu".